Fala Cambada,
A notícia de hoje dá um pouco de animo nos verdadeiros fãs do esporte Bretão, um comediante invadiu a reunião da toda poderosa FIFA e entregou a Joseph Blatter aquilo que ele realmente lhe interessa... vejam a reportagem completa abaixo e um vídeo da "entrega".
"O comediante inglês Simon Brodkin invadiu reunião da Fifa nesta
segunda-feira e atirou notas falsas de dólares em direção a Joseph
Blatter, que comandava o encontro, na Suíça. O evento em Zurique teve
como intuito principal definir a data de nova eleição presidencial, marcada para 26 de fevereiro de 2016.
"Segurança, por favor", disse Blatter, em meio à chuva de dólares.
Logo após a invasão do comediante (que também é conhecido como Lee
Nelson), Blatter interrompeu a reunião para que a mesa fosse arrumada.
"Hoje é um dia importante para o futebol. Há duas coisas que lamento.
Primeiro o atraso de hoje por conta do encontro importante que tivemos [definição da nova eleição presidencial].
Dois, lamento o acontecido na minha entrada, mas é um mal educado. Há
gente que não conhece seu limite. Isso faz parte da vida", disse
Blatter, visivelmente irritado com a "pegadinha" armada pelo comediante.
Presidente da Fifa, Blatter tem evitado viagens internacionais
em virtude da investigação realizada pela polícia norte-americana. O
dirigente não compareceu ao Mundial de Futebol Feminino, realizado
recentemente no Canadá, e também se ausentou da disputa da Copa América,
no Chile.
Sete dirigentes ligados à FIfa foram presos no fim de maio, entre os quais o ex-presidente da CBF, José Maria Marin.
Para Blatter, as prisões tiveram caráter político, ressaltando que todos os detidos pertenciam a confederações da América.
"Sigo em vida após o tsunami que sacudiu a Fifa. Aqui estou. Vocês
sabem o que aconteceu, mas a situação é que após eu ser reeleito no
congresso começou uma pressão a que estava submetida a Fifa. Foi uma
interferência política e agora estou aqui".
Indagado em entrevista coletiva sobre o motivo da renúncia dias depois de ser reeleito, Blatter respondeu:
"Estávamos recebendo muita pressão e também dos meios de comunicação.
Eu decidi [renunciar] para fazer algo pela Fifa. Eu quero defender a
Fifa e não a mim".
Comediante tem histórico de invasões
Famoso na Inglaterra por estrelar séries cômicas na TV, Simon Brodkin
tem longo histórico de invasões. Em 2013, ele se vestiu de jogador do
Manchester City, se misturando com o elenco do time inglês no campo. A
segurança percebeu a presença do intruso. O comediante foi advertido
pela Justiça inglesa.
No ano seguinte, em junho, o comediante
tentou se passar de jogador da seleção da Inglaterra, que estava no
aeroporto rumo a preparação para Copa do Mundo. "
ÓDIO ETERNO AO FUTEBOL MODERNO!
chupinhado do esporte uol
Não é ainda a hora mas a praça há muito que está cheia.
Entre os turistas que todos os anos enchem a cidade e os locais, não há espaço para respirar. Em Santa Croce, uma das mais emblemáticas praças da capital da Toscânia, não cabe uma só alma mais. E no entanto há quem diga que os espíritos dos Medicis caminham por entre as gentes, com a mesma grandeza de antes, quando a bola começa a rolar.
No dia de San Giovanni, 24 de Junho, Florença é uma cidade em festa. Para comemorar o seu patrono, disputa-se anualmente a final do torneio de Calcio Storico ou Calcio Fiorentino. O jogo, fundado na época renascentista, é um dos antecessores do futebol moderno, a razão pela qual ainda hoje o futebol em Itália se entende como “calcio”. A sua forma primitiva mantém-se, a brutalidade é inevitável e as similaridades com o rugby parecem, por vezes, mais evidentes, especialmente pelo uso recorrente das mãos e a ausência de uma baliza, substituída por uma linha de fundo delimitada pela própria arena. Mas quem viu ou sabe como era um jogo de futebol até ao século XX encontra as semelhanças sem grande esforço.
Duas equipas, de 27 jogadores, disputam a bola. Cada um tem um uniforme escolhido com cuidado. Há quatro equipas, cada qual representando um dos bairros históricos da cidade. Santa Croce, na parte oriental, Santa Maria la Novella, a zona mais ocidental, Santo Espirito, a sul do rio Arno, e San Giovanni, o centro histórico. Pela primeira vez o uso de equipamentos identificativos sugere que, apesar de ser olhado com mais suspeita que as suas variantes azteca, nipónicas e até mesmo britânicas, muito do sentimento e heráldica do futebol actual começou a desenhar-se aqui, a sede moral do Renascimento.
Os encontros, que começaram a disputar-se regularmente durante o século XV, a época de esplendor dos Medici. A familia que governava a cidade seguia o jogo de uma das bancadas principais, rodeada habitualmente dos mais ilustres aristocratas locais e dos emissários que chegavam dos quatro cantos da Europa. Era um evento reservado para as elites.
Entre os nomes mais ilustres que desfilavam pela praça como espectadores estavam Leonardo da Vinci ou Miguel Angelo. Entre os jogadores, há relatos que confirmam, que se podiam encontrar figuras tão emblemáticas como Nicolau Maquiavel ou um jovem (e ainda não papa) Clemente VII.
A duração do encontro, 50 minutos, dava passo a momentos de absoluta barbaridade, num vale tudo que se assemelhava e muito ao jogo que começava a fazer-se igualmente popular nas planicies britânicas. Só em 1580 as regras foram oficializadas e o jogo aberto a todos, nobres e populares. Com o passar dos anos a tradição foi-se perdendo e durante os século XVIII e XIX o Calcio Fiorentino foi banido da cidade.
Foi preciso a interferência de Benedito Mussolini, ansioso de recuperar as tradições da era dourada italiana, e de um dos seus homens de confiança, Alessandro Pavolini, para que a bola pudesse voltar a rolar pela pedra cinzenta e gasta de Santa Croce coberta com a areia trazida das praias de Viareggio.
Hoje, passear por Florença é um verdadeiro desafio labirintico.
As pessoas acordam cedo e vão-se deslocando à medida que podem até a uma praça já repleta de bancadas de ferro e bandeiras ao vento. Pelo caminho é provável que se cruzem com as marchas populares que cada bairro promove para apoiar a sua equipa e chamar às armas os habitantes dos quatro distritos da cidade.
Durante o mês de Junho disputam-se os jogos preliminares entre as quatro equipas da cidade para determinar os finalistas. Depois de muita polémica nos últimos anos, a organização obrigou as equipas a actuarem com atletas que realmente vivem mais de um ano na respectiva freguesia. O motivo? Nos últimos anos, a ânsia de vencer, levou a várias das formações a contratar lutadores de wrestling e luta livre, falseando a sua morada, para disputar os duros e intensos encontros. A violência e as lesões que resultaram das finais de 2010 e 2011 foram tais que se equacionou cancelar a edição deste ano. Este ano, até hoje, dia da grande final, não há casos notáveis a relatar. A tradição tenta sobreviver como pode.
À medida que a hora do jogo se aproxima, os florentinos procuram o melhor lugar possível. Não é fácil. Na praça cabem 10 mil pessoas sentadas e à volta a multidão não ultrapassará os 5 mil. Santa Croce impõe, mas como todas as praças da cidade, não é demasiado larga e está rodeada de edificios históricos com restaurantes imperdiveis e gente inesquecível. Quando as equipas entrem em campo, já as horas passaram e o sol, o famoso sol da Toscânia, há muito que queima quem passa horas à espera de ver história em carne viva. Não haverá piedade, não haverá tempo para respirar. Durante uma hora Florença voltará a ser a mesma de há 500 anos. A bola passará de uma equipa à outra e, há quem diga, que essa resiliência tão italiana de hoje nasceu aqui, nestes duelos quase à morta.
Mais preocupados em defender a sua zona do que atacar a contrária, não esperem muitos golos. Aqui aplaude-se a boa defesa (por muito brutal que possa ser) tanto como os escassos golos. No final a equipa que ganhe terá direito, além do troféu, a receber dois beijos, um da mulher escolhida e outro da “mamma”, essa figura nuclear da sociedade italiana. Depois, o bairro vencedor poderá prolongar as suas festas pela noite dentro com fogos de artificio e um troféu para mostrar dos balcões às ruas coloridas de gente.
Em Florença o futebol do passado tem pouco a ver com o jogo do presente, mas essa memória de tempos antigos não cai no esquecimento. Passarão um par de dias até que alguém apareça a desmontar o campo improvisado e Santa Croce, imponente, esperará mais um ano para voltar a ser o centro das atenções, a praça onde o tempo volta para trás, para os dias em que se começava a gestar um jogo que hoje faz parar qualquer praça em qualquer canto do Mundo."
fonte: Futebol magazine